AGORA TODO O MUNDO PODE COMUNICAR-SE:

As 7 grandes línguas do mundo
reunidas numa única

Observe bem as sete principais línguas do mundo passando através de um filtro de maneira que somente os traços comuns permanecem. As partes filtradas, então convergem para a Interlíngua, uma língua auxiliar internacional que é compreendida por um bilhão de pessoas.


A fatura havia atingido 200.000 dólares, quando cientistas americanos em 1955, depois de cinco anos de trabalho, haviam resolvido um problema relacionado a sistemas elétricos de interruptores. Só então eles descobriram que um jornal russo, em 1950, tinha encontrado a resposta. Portanto, custou aos americanos 200.000 dólares não saber russo.

46% de toda a literatura científica é editada em inglês. Isso parece muito, mas significa que mais da metade — os restantes 54% — não é compreendido por aqueles que só sabem inglês. Por isso, muitos jornais imprimem sumários dos artigos em uma língua estrangeira. Se um jornal russo faz sumários em francês, os americanos têm problemas e uma nova fatura como a citada é imaginável.

O problema da ciência — e de muitos outros conhecimentos — é, de fato, auto-criado. As 7 grandes línguas da cultura mundial (inglês, francês, espanhol, português, italiano, alemão e russo) têm um núcleo comum em seus vocabulários. Por exemplo, 80% de todas as palavras francesas, 40% de todas as russas e 60% de todos os vocábulos ingleses são internacionais. Foram difundidos pelos antigos gregos e romanos sob a forma de palavras greco-latinas emprestadas principalmente das línguas românicas do sul da Europa, descendentes diretas do latim.

Até mesmo idiomas como por exemplo o dinamarquês possuem muitas palavras intemacionais, tais como “centrum”, “station”, “identificere”, “international”, “problem”.

O vocabulário comum das 7 línguas, é claro, libertado de suas peculiaridades, formam um idioma supranacional, mas é bom notar — uma língua compreendida por um bilhão de pessoas que têm como língua materna uma dentre as supra-citadas.

Os idiomas são necessários para se poder comunicar. É ainda maior a necessidade de uma língua verdadeiramente internacional. A ONU tem seis línguas oficiais enquanto que a União Européia trabalha com onze línguas. Tudo o que se fala e escreve numa língua deve ser traduzido às restantes automaticamente. É um sistema muito complicado e caro. Das despesas administrativas do Parlamento Europeu em 1987 cerca de 2/3 do orçamento foram destinados para traduções.

Até hoje os homens vêm lutando em busca de uma língua internacional. Durante séculos várias tentativas foram feitas para resolver o grave problema interlíngüístico. Quando o latim caiu em desuso, nenhuma outra língua sustentou-se como veículo geral da comunicação entre os povos. Por algum tempo chegaram a exercer esse papel o italiano, o português, o espanhol, o holandês, o francês, o alemão, o russo, e finalmente o inglês.

Veja como é fácil!!!

Uma equipe internacional de pesquisadores descobre e elabora a Interlíngua

Uma das idéias para se encontrar a língua internacional era, segundo seus defensores, criar uma nova língua artificial. Assim, seria possível obter um idioma politicamente neutro fundamentando sua gramática sem irregularidades. A idéia era boa, mas quantos já ouviram a respeito dos 700 ou 800 projetos inventados? Alguns poucos permanecem, por exemplo, o Volapuque (Volapük), famoso por ser incompreensível. Mas de fato, ele foi o primeiro idioma artificial a ter sucesso, isso em 1879. Oito anos mais tarde surgiu o Esperanto, provavelmente o idioma artificial que até agora tem obtido a maior difusão.

O desenvolvimento das línguas artificiais tornou-se cada vez mais natural, à medida em que a própria interlingüística foi evoluindo. Compreendeu-se, afinal, que não era necessário inventar uma língua nova, pois ela já existia espalhada no vocabulárío de diversos idiomas, fruto da herança cultural greco-latina. Era como uma espécie de “língua dentro das línguas”. As sete grandes línguas deveriam ser passadas num filtro permanecendo somente os elementos internacionais comuns.

O resultado se chama Interlíngua, que é imediatamente compreensível para um bilhão de pessoas, sem estudo prévio. Em 1924 iniciou-se um longo trabalho de pesquisas no campo lingüístico em grande escala cujo objetivo foi estudar cientificamente essa questão.

Nesse ano foi fundada a IALA (International Auxíliary Language Association), com a ajuda financeira de Alice Vanderbilt Morris, esposa do embaixador americano em Bruxelas. O centro de pesquisas foi estabelecido em Liverpool (Inglaterra) mas com a eclosão da 2ª guerra mundial ele foi transferido para Nova York, nos Estados Unidos. Naquela cidade os Professores Clark Stillman e André Martinet, da Universidade da Sorbonne, assumiram a gerência do trabalho, mais tarde completado sob os cuidados do Prof. Alexander Gode von Aesch. Muitos lingüistas e filólogos, tais como o dinamarquês Otto Jespersen, faziam parte dessa equipe.

Os pesquisadores tentaram um compromisso entre os defensores das línguas artificiais para chegar a um consenso, porém os esforços foram infrutíferos, pois as diferenças estruturais eram contraditórias.Em seguida, o grupo de cientistas descobriu que a língua internacional, de fato, já existia.

Bastava apenas extrair das línguas modernas o vocabulário internacional comum a todas elas. Os idiomas artificiais foram defínitívamente rejeitados e teve início o trabalho de colher as palavras e raízes internacionais.

O resultado apareceu em 1951, por ocasião do lançamento do “Interlingua—English Dictionary” com 27.000 palavras internacionais, derivadas e originais. Após detectar este vocabulário o passo seguinte foi registar uma gramática simples, sem as irregularidades das línguas nacionais.

Saber mais e em menos tempo

Muitos ginásios suecos vêm usando a Interlíngua desde 1970, dentro da disciplina “Conhecimento Lingíiístíco Geral”, onde se ensina aos alunos a estrutura das línguas estrangeiras. A reação do alunado tem sido positiva. Cerca de 99% dizem com satisfação que os conhecimentos adquiridos são realmente úteis. A Interlingua forma um fundamento sólido na apreciação das línguas internacionais, apresentando-se ainda como veículo comum para entender rapidamente os idiomas românícos.

O Fil. Mag. Ingvar Stenström, professor do ginásio de Varberg (Suécía) fez a seguinte experiência com os alunos de interíngua: 2 alunos que não tinham conseguido aprender italiano deveriam traduzir um artigo de 1.000 palavras tiradas da Revista “Oggi”, sem usar nenhum dicionário de italiano. Os alunos compreenderam 951 palavras corretamente, adivinharam 13 e obtiveram ajuda para as últimas 36. Mais de 95% do texto da revista foi portanto compreensível para um aluno de Interlíngua sem conhecimento do italiano.

Pode-se aprender Interlíngua em apenas 3 meses

Nas viagens ao sul da Europa, pode-se usar a Interlíngua e ser bem compreendido. Quando a população local fala lenta e distintamente, muitas conversas podem iniciar-se, mesmo se cada um fala a sua própría língua. Para os povos da América, a Interlíngua é perfeitamente compreensível. Aos africanos e asiáticos também, porque durante muitos séculos os europeus introduziram muitas palavras internacionais no período da colonização.

Por isso, o Ministério da Agiicultura dos Estados Unidos publicou, em 1974, uma obra em 2 volumes sobre doenças de plantas (fitologia) com descrições em inglês e Interlingua.

A Interlingua tem ainda a vantagem de possuir uma gramática simples e um vocabulário internacional, o que facilita bastante o aprendizado. A UMI (União Mundial pró Interlíngua), com sede na Holanda, afirma que muitas pessoas, depois de somente 3 meses, falam e escrevem a Interlíngua com desenvoltura. A UMI é a organização encarregada de divulgar a Interlíngua no mundo. No Brasil, a sua representante é a UBI (União Brasileira pró Interlíngua), sediada em Brasília — DF. A UMI edita uma revista internacional chamada “Panorama” e os interlingüistas reúnem-se a cada biênio nas Conferêncías Internacionais de Interlíngua. Para informações mais detalhadas, contacte a UBI.


* Extrato do artigo publicado na Revista “lllustreret Videnskab” (Ciência Ilustrada), em dinamarquês, finlandês, sueco e norueguês por Thomas Breinstrup.


UBI :: Union Brasilian pro Interlingua :: União Brasileira pró Interlingua
http://www.interlingua.org.br/